quinta-feira, 5 de abril de 2012

Calado






Não espere me entender
Não espere que eu diga o que penso de você
Não é que eu seja complicado
Não é que eu não seja verdadeiro
Mas prefiro me calar a te dizer
O que a vida me ensinou em sua dureza
O que ela me mostrou em delicadeza
De todos os sonhos perdidos
De todas as expectativas mortas
De todas as atitudes tortas
Da palmatória que me tornou quem sou
Firme de caráter
Caminhante sonhador
Duro de dobrar
Pedra a rolar
Difícil de parar
Anjo sem asas
Vampiro em busca de sangue
Médico e monstro
Poeta insensível
Protagonista invisível
De joelhos a suplicar uma vida construída
Sobre alicerce de honra e grandeza de espírito

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amanhece








Liberto de amarras
Guardadas as garras
Aguardo o tempo em que haja mais tempo
Em que um som como que por encanto
Me faça deixar as preocupações perdidas em algum canto da sala
Em que os meus pés deixem para trás a porta de casa
Para explorar as luzes da noite
Enquanto são percorridos pelo som que se propaga em acordes de guitarra
Da tábua do chão ao coração
Do tímpano que vibra à mente que entende
Que a vida em ondas torna cada amanhecer um presente
E cada luar uma celebração do fim que não termina
Amanhece em clave e sol, a banda para de cantar
Mas ainda consigo ouvir a música tocar