sexta-feira, 18 de abril de 2014

Carta Para Uma Poetisa



Como uma pecadora insensata e santa
Seu olhar adiante e sereno ela lança
Palavras em serenata que encanta
Bailarina incansável no caos faz sua dança
Sereia no mar das retinas de quem a vê
No abismo de sua solidão na felicidade ela crê
Perdida no deserto de sua agonia
Sua alma se esvai em sua triste alegria
Seu sorriso em veu esconde o seu pesar
Suas lágrimas derramam sua luz devagar
Suas mãos voltadas para o ceu carregam a sua cruz com o paraíso a sonhar
Faz-me sorrir contigo da falta de sentido do mundo
Faz-me descobrir teu jardim florido escondido em um segundo
Mostra-me tuas estrelas a brilhar na escuridão
Ensina-me a viver e a lutar pela vida com intensidade e paixão
Porque de todos os teus encantamentos
O maior dos teus ensinamentos
É a crença de que a vida por mais que sofrida deve ser sentida de todo o coração








sexta-feira, 11 de abril de 2014

Poesia Proibida




Uma manhã para tranquilizar
Um dia para escrever até tardar
Minha mente está cansada
Minha alma não mais enfeitiçada
Não, eu não vou falar
Pois prefiro me calar
E deixar a poesia te contar
O que penso quando olho para ti
Proibido de falar de amor
Que seja como for
Porque o teu temor não tem razão




quinta-feira, 10 de abril de 2014

Abra-te Sésamo





O tempo voou
E o vento levou com ele mais do que costuma carregar
Como um reflexo no espelho
À sua imagem e semelhança tivera eu a esperança de ser como você foi
A levar a vida adulta em sua sala oculta
Com sua máquina de escrever a me entreter
Então uma porta se abriu
E uma outra se fechou
A semente atravessou a terra e cresceu
A grande árvore secou
E eis aqui o homem que nunca entendeu
O que a vida lhe tornou
Os desenhos e os cálculos que do seu mundo apagou
Abra-te sésamo e que eu lhe encontre não mais perdido em si
Abra-te e a tua mente e que o que a gente sente não seja esquecido em ti










domingo, 6 de abril de 2014

Blue Blues





Cartas lançadas na mesa
Destino traçado
Pele alva
Alma negra
Sinal de fumaça vindo do charuto
Bebida para esquecer o que insistimos em lembrar
Swing de atraso de compasso
Dias que sucumbem em noites
Madrugadas feitas para serem festas
Celebrações de uma alegria mesmo que inexistente
Para nos lembrar que ainda estamos vivos
Um blue blues
Para dar cor aos dias em preto e branco
Para dar vida às noites não dormidas




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Conto do Heroi que Precisou Ser Salvo




Vou te contar uma história de bravura
De um heroi fraco dentro de sua armadura
Que tentando salvar o seu povo acabou sendo salvo
Que oferecendo sua força bruta descobriu sua luta
Que aprendeu a defender o que acreditava
E a ter fé no que não se enxergava
Sendo inacreditável que tenha partido de tão longe
Lançando-se no mundo a partir do que sonhou
Como um anão no ombro de um gigante
Aproveitou o apoio de quem cruzou desde cedo o seu caminho
E passou a enxergar além conseguindo encontrar o reino mais distante
Aprendeu a estender a sua mão a quem caiu ao chão
A não temer e a abater o seu dragão
Sofreu toda falta de sorte
Disputou partida de xadrez com a morte
Viu a peste ceifar as vidas e os campos
Confortou-se diante das dores em oração
E entendeu que não há perda para quem tem coração
Quando se é ciente de que nada se sabe e o que se faz perdura
E o que toca na alma alheia para o fim é a cura
Mentiu e foi traído
Foi ridículo e também aplaudido
Caiu e levantou-se
Chorou e alegrou-se
Venceu com criatividade
Perdeu com hombridade
Para encontrar o paraíso cruzou o inferno
Para descansar à sombra da árvore sobreviveu ao pior inverno
E leva em sua bagagem todos com quem se importa
A sua história, a sua honra e a sua memória
E o que mais é capaz de lhe fazer heroi a caminhar
O que leva consigo se fez seu lar
O que leva consigo ninguém é capaz de enxergar ou carregar






quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Erro de Camões




Ausência presumida
Palavras escolhidas
Uma mensagem lida 
Um orgulho ferido
E um coração entregue que sem piedade foi partido

As cores desbotaram
Na noite de luzes no ceu
E o fim que você escolheu marcou esse começo
Então me responda por que as coisas tinham que ser assim?
Um sem significado de grande valor para mim

Um confiar desconfiado de quem protege a si
Uma moeda estrangeira em suas mãos
Que sem saber quanto vale você jogou para trás
Então responda por que se aproximou pensando estar perto demais?

Um fogo que arde e que se pode ver
Palavras e olhares que não se queria ter
E um fingir que está tudo bem
Para fazer de conta que não me importo também

Uma ferida que doi e que se sente
Lembranças que encontro perdidas em minha mente
E um fingir que está tudo bem
Para fazer de conta que não me importo também