domingo, 4 de abril de 2010

Arquipélagos





Madrugada de sábado para domingo, depois de assistir ao filme Carne Trêmula, minhas mãos é que ficaram trêmulas de vontade de escrever...assim sendo, escrevi o que segue:

Dividir-se pode parecer uma perda
Quando por engano pensamos

Um cordão umbilical cortado à tesoura
Um pedaço de pão compartilhado
Um coração partido pelas mãos alheias
Fazem somar ao íntegro que não está completo

Uma ilha está dentro de um
Arquipélagos fazem a solidão permanecer ao longe
Uma lágrima pode fazer companhia
Àquele que sente por ter em si parte de outras pessoas

E o que podemos dizer que somos
Senão o que a outras pessoas deixamos?

Uma música que te faz viajar
Uma viagem que te faz pensar
Um pensamento que te faz sentir
Um sentimento que te faz sorrir
Têm um pouco de outro e de ti

À sombra de uma árvore eu posso tocar o vento
À luz da minha imaginação eu posso ver o tempo
Meu mundo te convida a sentar-se na grama
Mas terás que abrir a porta do teu mundo para ver mais que os teus olhos

E se tiveres que um dia partir
E se partida tiveres que seguir
Um pedaço terás deixado ali
Enquanto outro será levado em ti

O que de mais valor houver carregarás contigo
Em um lugar onde jamais poderão tomar-te
O teu caminho irá ensinar-te
A tua caminhada será mais sábia

E nesse decisivo momento
O teu coração em bagagem
Mesmo parado de tanto bater
Continuará a te manter viva




Observação: na foto, pode-se ver as Ilhas Botinas, também conhecidas como Ilhas Irmãs ou Ilhas Gêmeas, situadas em Angra dos Reis. A origem delas pode ser explicada por algumas lendas, dentre elas uma bastante interessante que encontrei neste site: http://www.angra-dos-reis.com/explorando_paraiso/praias_e_ilhas/Ilha_botinas.htm

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