quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O Peregrino



Então aprendi
Mais do que pretendia saber
Então senti
Mais do que imaginei ser possível acontecer

Eu segui o meu caminho
Entre a flor e o espinho
E não sou mais quem costumava ser

Eu me vi sozinho
E me refiz em peregrino
Com a fé de que com o peito aberto
E mãos que para o bem trabalham
Nada de mal pode me abater

Entendi que não há derrota
Para aquele que aprende que a maior vitória
Está em se tornar sua melhor versão a cada amanhecer
Percebi que não há tempestade longa o bastante
Para diante do sol deixar de esmaecer

Então aprendi...que tenho muito a aprender
Então senti...que há muito sentido e sentimento para se viver

O meu caminho eu vou seguir
Um passo após o outro
Com a fé de que com o peito aberto
E mãos que para o bem trabalham
Nada de mal pode me abater

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Na Terra dos Cegos





Na terra dos cegos
Só se vê com o coração

Mas há aqueles que insistem em obedecer ao que lhes mandam as suas retinas
Eles não conseguem sentir a música
Eles não conseguem perceber nada além dos seus próprios umbigos
Eles não conseguem lembrar-se de quem eram antes de se julgarem alguma coisa
Eles não aprenderam nada
Eles não aproveitaram a oportunidade que a vida lhes deu de crescer
Eles não são capazes de dormir sorrindo depois de um beijo
Eles não são capazes de morrer de amor e de seguir vivendo
Eles não são capazes de amar de todo o coração se não sentirem que estão em vantagem
Eles não são capazes de compreender que nós devemos um profundo respeito àqueles que têm grandes sonhos
Eles estão cegos pela sua visão de mundo das aparências 
Eles estão perdidos com o seu modelo de felicidade pré-pronto

Mas eu prefiro ser nocauteado pela vida
Eu prefiro levar um chute na cabeça
Eu prefiro estar em um barco furado
Olhar com a alma e não com os olhos
Ler em braile as entrelinhas do dia a dia

Eu prefiro ser súdito do meu coração
E viver minha vida com emoção
A ser um rei de coroa quebrada em uma terra de cegos

Para que eu sonhe acordado na próxima noite
Para que eu sorria novamente pela falta e excesso de sentido da nossa existência
Para que eu seja mais uma vez iluminado pela lua
Para que eu encontre em cada novo dia um pouco mais de poesia

sábado, 18 de abril de 2015

Lembrança



Então um filme se passa na minha cabeça
Uma epopeia trágica que continua mesmo depois de as cortinas se fecharem
Um romance de final faça você mesmo em sua mente

Um laço que se desenlaça lentamente
Enquanto amarra engenhosamente as minhas mãos
Enquanto envolve silenciosamente o meu pescoço

Uma onda diferente de todas as outras
Que me joga no mar à deriva
Que me tira o fôlego enquanto me traz de volta à superfície
Que ainda me pede em seguida para organizar a minha vida

O amor é um amigo invisível que faz rir, mas com o qual não se pode brincar
É um novo nascer para ser finalmente alguém
É um deixar de existir em egoísmo para ir além

O amor é uma chuva forte no deserto
É calor na tarde mais triste e fria de domingo
O amor é uma força que não se pode controlar e que é difícil de esquecer
O amor é o afago mais violento que uma pessoa pode receber


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Morte da Poesia





Deitada sobre a cama com a coberta vermelha
Aqui a poesia foi hoje encontrada morta
Uma palavra para cima, outra para baixo
Nunca havia sido visto tanta linha torta
Como um cadáver que perdeu a sua alma
Hoje as palavras não conseguem dar sentido para o perdido
Ou tranquilidade para uma mente sem calma
Comprime o peito
Dá teu fôlego e até tua vida por ela
Quem sabe assim mude tua sorte
E consigas enganar com teu beijo a morte
Trazendo de volta à vida a emoção
Um despertar do sono eterno o coração
Fazendo reviver a alegria perdida em poesia
Amor...amor
Capaz de matar e ao mesmo tempo manter sua vítima em vida
Faça o que tiver que fazer
Mas lembre-se que até tu tens apenas um caminho a percorrer
Crescer...ou morrer.









sexta-feira, 18 de abril de 2014

Carta Para Uma Poetisa



Como uma pecadora insensata e santa
Seu olhar adiante e sereno ela lança
Palavras em serenata que encanta
Bailarina incansável no caos faz sua dança
Sereia no mar das retinas de quem a vê
No abismo de sua solidão na felicidade ela crê
Perdida no deserto de sua agonia
Sua alma se esvai em sua triste alegria
Seu sorriso em veu esconde o seu pesar
Suas lágrimas derramam sua luz devagar
Suas mãos voltadas para o ceu carregam a sua cruz com o paraíso a sonhar
Faz-me sorrir contigo da falta de sentido do mundo
Faz-me descobrir teu jardim florido escondido em um segundo
Mostra-me tuas estrelas a brilhar na escuridão
Ensina-me a viver e a lutar pela vida com intensidade e paixão
Porque de todos os teus encantamentos
O maior dos teus ensinamentos
É a crença de que a vida por mais que sofrida deve ser sentida de todo o coração








sexta-feira, 11 de abril de 2014

Poesia Proibida




Uma manhã para tranquilizar
Um dia para escrever até tardar
Minha mente está cansada
Minha alma não mais enfeitiçada
Não, eu não vou falar
Pois prefiro me calar
E deixar a poesia te contar
O que penso quando olho para ti
Proibido de falar de amor
Que seja como for
Porque o teu temor não tem razão




quinta-feira, 10 de abril de 2014

Abra-te Sésamo





O tempo voou
E o vento levou com ele mais do que costuma carregar
Como um reflexo no espelho
À sua imagem e semelhança tivera eu a esperança de ser como você foi
A levar a vida adulta em sua sala oculta
Com sua máquina de escrever a me entreter
Então uma porta se abriu
E uma outra se fechou
A semente atravessou a terra e cresceu
A grande árvore secou
E eis aqui o homem que nunca entendeu
O que a vida lhe tornou
Os desenhos e os cálculos que do seu mundo apagou
Abra-te sésamo e que eu lhe encontre não mais perdido em si
Abra-te e a tua mente e que o que a gente sente não seja esquecido em ti