segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cristais Trincados e Tanques de Guerra





Me diga agora o que você vê
Consegue enxergar o que está além do espelho?
Consegue perceber o que estão sentindo
Os mendigos pelos quais você passa na rua?

E na hora do jantar
Quantos de olhos vendados cercam a mesa?
Quantos nas esquinas param para ler
Revistas que mostram o quanto os artistas são felizes?

Cegos guiam cegos
Bombas explodem e convertem a vida em cinzas
E você já parou prá pensar no porquê?

Quando foi que nos puseram vendas nos olhos?
Quando foi que resfriaram nosso sangue?
Quando foi que nos anestesiaram
E covardes julgamos mais seguro não abandonar a caverna?

Loucura é estender a mão a um desconhecido
Loucura é queimar notas do tão valioso dinheiro

Mas o circo do qual somos palhaços
Esse sim é feito para os mentalmente sadios
Ele gira a cada 24 horas enquanto assistimos a tudo parados

Quando eu era menino falava como menino
Sentia como menino
Por que deixei que me secassem as lágrimas?
Se eu sabia que o meu maior tesouro habitava e batia no lado esquerdo do meu peito?
Ainda há tempo de retirar a venda dos olhos

2 comentários:

  1. belo post!!
    sucessó para o blog!!
    arteemfotosdamarina.blogspot.com

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  2. Muito boa esta poesia JJ! Aquela parte do circo ficou muito legal! Grande abraço!

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